SOBRE A CASA 10

Se você, um dia, olhou pra cidade onde mora e pensou, como o escritor Georges Simenon, que “a profissão que sempre desejara exercer não existia de fato” e “percebeu que muita gente não ocupava o próprio lugar, assumia um caminho que não era o seu, unicamente por ignorância”,

Pode ter se lançado a encontrar seu próprio lugar e, tendo-o encontrado, dito para si mesmo, o que disse o escritor Guimarães Rosa:

“cada homem tem seu lugar no mundo e no tempo que lhe é concedido. Sua tarefa consiste em preencher seu lugar, em servir à vontade e aos homens. Conheço meu lugar e minha tarefa; muitos homens não conhecem ou não chegam a fazê-lo, quando é demasiado tarde. Por isso, tudo é muito simples para mim e só espero fazer justiça a esse lugar e a essa tarefa”.

E passado a perceber, assim, o que percebeu o filósofo Friedrich Nietzsche, que “a vida vai ficando cada vez mais dura perto do topo”.

Chegando então a supor que isto ocorre porque, em sociedade, “cada um é responsável por todos. Cada um é o único responsável. Cada um é o único responsável por todos”, como disse o escritor Antoine de Saint-Exupéry.

Muito embora não deixe de refletir sobre os aborrecimentos que a sociedade nos dá, como fez o poeta Fernando Pessoa:

“não faço visitas, nem ando em sociedade alguma - nem de salas, nem de cafés. Fazê-lo seria sacrificar a minha unidade interior, entregar-me a conversas inúteis, furtar tempo senão aos meus raciocínios e aos meus projetos, pelo menos aos meus sonhos, que sempre são mais belos que a conversa alheia”.

Se reflexões ou pensamentos como estes passam invariavelmente por dentro de sua cabeça e se eles são tomados como matrizes para suas maiores decisões, lhe dizendo como você deve proceder ao longo da vida, é porque no seu mapa astrológico há algum planeta pessoal na Casa 10, tal como ocorre nos mapas das personalidades citadas.

Afinal, sob o domínio de tal configuração, o nativo presta bastante atenção nas exigências e pressões sociais, no poder que a sociedade exerce sobre nós através das suas regras, convenções, leis e instituições.

É, por isso mesmo, o nativo que considera por demais a estrutura hierárquica e se pergunta sobre a posição e o lugar que deve aí ocupar – uma posição que lhe dê a maior independência possível e onde não precise, por demais, se submeter. Por isso, é o nativo cuja vida acaba sendo marcada pelo exercício do poder: pelo ato de mandar, pelo ato de obedecer.

E é por isso que é tão importante conhecer a vida e obra de artistas e pensadores cujos mapas apresentam planetas pessoais na Casa 10: é uma maneira de compreender com clareza a experiência humana que ela designa e, sobretudo, a experiência que acaba por governar teus passos e dar um rumo a tua vida, caso a Casa 10 do teu mapa esteja mesmo ocupada por planetas pessoais. 

Isto é o que discuto no curso AS CASAS ASTROLÓGICAS E OS 12 TEMAS DA VIDA HUMANA, cujo link pode ser acessado aqui:

https://edilcarvalho.com.br/12t/